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Por Sabina Deweik –  caçadora de tendências do futuro há 18 anos, palestrante, educadora e coach ontológico.
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Muito se fala sobre esse futuro da humanidade que já está entre nós. Em meu trabalho com inovação e como caçadora de tendências (cool hunter) há 18 anos, trato justamente de observar, interpretar e revelar possíveis futuros. A era digital nos traz para a pauta discussões sobre Inteligência Artificial, Machine Learning, Realidade Virtual, Realidade Aumentada, Blockchain, Turismo Espacial, Armazenamento de Informações no DNA, robôs, assistentes virtuais, Criptomoedas e mais uma imensidão de conceitos e palavras novas no nosso vocabulário. Conceitos esses que vêm trazendo uma série de mudanças de comportamentos nas pessoas, no trabalho, na vida, no modo de morar, trabalhar, consumir, se relacionar.

Há estudos que afirmam que até 2030, cerca de 800 milhões de empregos no mundo serão substituídos por robôs, em 2026, veremos a primeira cidade com mais de 50.000 habitantes e nenhum semáforo, em 2022, se produzirá o primeiro carro feito por uma impressora 3D e em 2025, estará disponível o primeiro smartphone implantável no corpo. Essas são apenas algumas das previsões para esse próximo futuro da humanidade próximo.

futuro-da-humanidadeHá quem, diante desse cenário, acesse o medo e uma visão pessimista. Porém, observando os sinais emergentes de comportamentos, percebo que há inúmeros futuros despontando no sentido de uma maior consciência coletiva, na busca pelo bem-estar, na harmonia entre a esfera pessoal e de trabalho, na ajuda ao próximo, na desintoxicação do excesso de informação, na busca por autoconhecimento e por um sentido maior no ato de fazer, de realizar.

O que significa ser humano na era máquinas inteligentes?  Se as máquinas podem competir conosco até na habilidade de aprender, o que nos torna únicos?

Se até agora a cultura ocidental e o enfoque racionalista nos ensinou a observar a realidade de maneira fragmentada e dualista, separando pensamento e ação, sujeito e objeto, consciência e comportamento, mente e corpo, filosofia e ciência, mundo interno e mundo externo, razão e emoção, essa era de transição nos convida a uma profunda revisão de modelos, crenças, paradigmas até então estabelecidos. A revolução tecnológica do século XXI, tanto quanto a revolução científica, nos força a responder algumas perguntas que até então não tinham sido formuladas: o que significa ser humano na era máquinas inteligentes?  Se as máquinas podem competir conosco até na habilidade de aprender, o que nos torna únicos?

O diferente futuro da humanidade.

Em um artigo publicado em janeiro deste ano pelo cantor australiano Nick Cave, há uma critica à teoria do historiador israelense Yuval Noah Harari, na qual a inteligência artificial em pouco anos já seria capaz de escrever músicas melhores que os humanos.

“É perfeitamente possível que a inteligência artificial possa produzir uma música tão boa quanto Smells Like Teen Spirit, do Nirvana. Mas, quando ouvimos Smells Like Teen Spirit, não é só a música que estamos escutando. O que realmente ouvimos é a limitação humana e a audácia de transcendê-la”

Particularmente concordo com Cave. É sobre esse poder de transcender e de imaginar do ser humano que nenhuma máquina poderá alcançar. Essa é a essência do que nos difere e do que nos torna únicos.

Nunca como antes, para tratar do futuro da humanidade, as habilidades intrinsecamente humanas foram requisitadas: empatia, intuição, sensibilidade, colaboração, criatividade, ética, amor, pensamento crítico e resiliência.

Se de um lado teremos máquinas e robôs substituindo grande parte dos empregos, por outro teremos a oportunidade de sermos cada vez mais humanos e realizar tarefas que tenham mais sentido.  As organizações de grande porte, principalmente no meio tecnológico, atualmente oferecem processos seletivos baseados em outros aspectos e não mais na formação acadêmica. Na IBM, por exemplo, mais de um terço dos recém-contatados nos últimos dois anos não se formaram nos moldes universitários tradicionais. Há uma ascensão e um reconhecimento por novas habilidades.

futuro-da-humanidadeAlguns indícios apontam para essa nova direção. Por conta de novas gerações que nasceram na era digital, a educação como conhecemos hoje está com os dias contados. O objetivo da educação não será ensinar coisas, porque as coisas já estão na internet. A educação será um facilitador para ensinar a pensar e criar na criança essa curiosidade. Quanto ao modelo de trabalho de 8 horas por dia dentro das empresas, este, também se tornará cada vez mais distante, dando lugar à novas dinâmicas de espaço e novas configurações de emprego. O lucro, antes prioritariamente financeiro, passa a ser reavaliado por ângulos que resignificam o conceito de sucesso. Alteram-se os critérios para o que seria uma pessoa ou um negócio bem-sucedido, colocando em pauta outras motivações compensatórias: realização de propósito, desenvolvimento pessoal e satisfação criativa.

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A diminuição do consumismo, a internet sendo utilizada para descentralizar o poder de empresas, governos e instituições, o movimento crescente de pessoas produzindo seus próprios bens ou comprando de pequenos produtores, a colaboração, o compartilhamento e o crescimento da indústria criativa são alguns dos paradigmas que tem sustentado a nova economia. Sem falar na emergência de uma nova consciência coletiva, desde o movimento biker, que faz crescer o desinteresse de um jovem por ter um carro, até modelos de negócios que permitem que ideias inovadoras sejam implementadas à partir de um financiamento coletivo ou até mesmo o surgimento de formas de trabalhar e viver coletivas como o co-working e o co-housing.

Cresce também o consumo de orgânicos, aparecem projetos de upcycling, na gastronomia fala-se de slow food, no consumo fala-se de lowsumerism (baixo consumo) – uma tomada de consciência por parte do consumidor que quer saber se o que consumimos respeita um ciclo sustentável.

Com a popularização de técnicas orientais milenares como yoga e meditação, a valorização do silêncio, a ideia de espiritualidade desassociada do esoterismo ou do misticismo, o digital detox, o fim da glamourização do profissional workaholic, começamos a vislumbrar o futuro da humanidade diferente.

Leia também o artigo: Um pequeno guia para domesticar sua mente

Com tantos sinais aparecendo, além do crescimento da onda de autoconhecimento, batizada pela Revista Time como Mindful Revolution, o ser humano começa a se voltar para a essência depois de muito tempo de exterioridade. Com a popularização de técnicas orientais milenares como yoga e meditação, a valorização do silêncio, a ideia de espiritualidade desassociada do esoterismo ou do misticismo, o digital detox, o fim da glamourização do profissional workaholic, começamos a vislumbrar um futuro da humanidade diferente.

NO que tange o futuro da humanidade, é tempo de sair do pensamento individual e partir para um pensar coletivo, é tempo de aprender a coexistir harmonicamente com as diferenças e a complexidade, é tempo de reconhecer e incorporar maior inteligência emocional nos espaços de trabalho.

“Agora, no novo milênio, nossa mente deve ter olhos para fora, ou melhor, para o outro”,

Revelou o filósofo Roman Krznaric, considerado uma das autoridades sobre empatia. A mudança é radical e humana. Bem-vindos a um futuro mais humanizado!

 

 

 

 

 

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Sabina Deweik

Pioneira em Cool Hunting no Brasil, Caçadora de Tendências e Futurista há 20 anos, Educadora e Coach Ontológica.

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