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O Futurotopia apresenta esta série sobre Tendências do Futuro do Trabalho. Nesta edição exploraremos o mundo dos nômades digitais: os tipos de nômades, aplicativos usados pelos viajantes, locais preferidos, cursos e podcast.

Artigo Escrito por Milena Rêgo, produzido por Moisés Moss especialmente para o site Futurotopia.

A vida é uma eterna viagem para os nômades digitais. A morada tradicional é substituída por um mundo sem fronteiras. Casa é o lugar onde você vive agora. O nomadismo não é algo novo. Vários povos construíram sua história em trânsito constante, como tuaregues e romanis. Entretanto as facilidades proporcionadas pela internet, relações flexíveis de trabalho e transporte abriram portas para que as pessoas voluntariamente se tornem viajantes full time.

Para tanto abrem mão de uma residência fixa  (e também dos custos de manutenção). Adotam um estilo de vida minimalista, onde levam consigo somente o necessário. Seus pertences cabem em uma mala. De cara começamos a pensar sobre nossos apegos e formas de consumo. Você precisa de tudo que você tem? A ideia não é se despojar do conforto da vida moderna, mas de utilizar espaços e estruturas de outras pessoas, extraindo delas sua máxima capacidade de uso. O mais importante não é a posse, mas a partilha. 

Antes da era digital era comum que chefes de cozinha, cabeleireiros ou garçons fossem atraídos para locais de grande fluxo turístico buscando atividades sazonais, mudando de lugar conforme a temporada. Uma forma de trabalhar e ao mesmo tempo conhecer destinos paradisíacos. Também se aceitavam permutas de serviço em troca de casa e comida, numa época em que colaboração e nova economia ainda não estavam em voga. A internet ampliou as modalidades, trazendo mais opções de atividades e adeptos. O trabalho remoto permite que algumas atividades sejam realizadas integralmente online, adaptando o escritório tradicional ao mundo virtual. Cansados da pressão dos grandes centros urbanos alguns nômades adotam o estilo free lancer. Alguns empreendem suas próprias ideias e negócios. Quem já não viu aquela imagem do laptop na beira da praia e sentiu um forte desejo de embarcar nessa aventura?

Lorena Gurjão é nômade há 20 anos

O estilo de vida chegou por acaso, seguindo a intuição de buscar oportunidades que proporcionassem tanto crescimento pessoal quanto o sustento para pagar as contas. Trabalhando com moda, realizou empreendimentos bem sucedidos promovendo eventos por onde passava.Teve, inclusive, a oportunidade de se estabelecer na cidade onde nasceu: Belém. Porém, o desejo por mais desafios a levou a cair na estrada novamente. A noção de realização profissional aqui é outra. Existe um anseio por experiências de vida interessantes, que proporcionam crescimento pessoal e aprendizados práticos. A estabilidade de um emprego regular é trocada pela adrenalina em descobrir o próximo destino. Atualmente Lorena impulsiona Mulheres do Futuro, onde apoia mulheres para crescimento pessoal e profissional.

“Eu tenho um estilo de vida nômade há 20 anos sendo que foi algo natural pra mim, não foi uma ruptura. Não pensei ‘Quero me tornar uma nômade’.” 

Lorena GurjãoNômade e Ativadora de Futuros

O nomadismo não é um estilo apenas para solteiros. Muitos casais decidem juntos pela opção da vida sem fronteiras. Alguns levam os filhos e praticam o homeschooling. Parece tentador largar tudo e sair por aí, mas o processo não é tão simples. Assim nasceram alguns blogs como o de Matheus de Souza e Casal Partiu. Em suas redes sociais compartilham histórias e dicas para quem deseja  aderir ao nomadismo. Enquanto uma boa parte da população batalha para realizar o sonho da casa própria, o nômade digital aluga a casa de outras pessoas para realizar seu sonho. Mas nem tudo são flores na vida nômade.  

Para trabalhar online é fundamental uma boa conexão com a internet e um espaço onde possa produzir com qualidade. A aranha vive do que tece. Também uma cama confortável e autodisciplina para cumprir metas e prazos. É preciso ficar de olho na legislação local, visto de permanência, segurança física e emocional, além da credibilidade de parceiros e anfitriões.

Seguimos viagem com os nômades digitais. Partimos daqui e vamos em frente falando da experiência internacional. Durante a pandemia, os nômades digitais provaram estar à frente do seu tempo. Enquanto empresas se debatiam para adaptar  seu negócio ao mundo digital e home office, os nômades seguiram viagem e mantiveram aquecido o mercado da hospitalidade. Alguns países como Bermudas estenderam o visto de turismo, incentivando estadias maiores. A Estônia estuda um visto exclusivo para nômades digitais. Uma estrutura virtual também está se formando para atender pessoas em trânsito. Redes sociais específicas, como a Nomad 10 ajudam a encontrar nômades que estejam na mesma região. Bancos digitais internacionais facilitam pagamentos e movimentações financeiras.  Remote Team  encurta o encontro de recrutadores e free lancers.

Muitas empresas já apontaram que após a pandemia seguirão com o trabalho remoto ou híbrido (parte escritório/casa). 

Em fevereiro de 2019, acompanhando a evolução do estilo de vida nômade, o pernambucano Heitor Alves, que na ocasião viajava pelo leste europeu criou o Podcast Nômade. Desde então, toda segunda-feira de 6h da manhã, horário de Brasília, é lançado um novo episódio, onde Heitor conversa com diversos viajantes ao redor do mundo. A proposta do podcast nunca se limitou apenas aos ditos nômades digitais e após mais de 100 episódios publicados, Heitor percebeu 6 categorias de viajantes: Empreendedores, freelancers, mochileiros, vanlifers (pessoas que moram em trailers ou mortorhomes), expatriados e voluntários. Desta percepção Heitor criou um blog chamado Nomadesfera, onde ele registra por escrito seus episódios e em breve lançará um livro, também intitulado Nomadesfera.

Uma curiosidade interessante é que ao acompanhar o trabalho desenvolvido ao longo de mais de 2 anos do Podcast Nômade, é possível perceber que nômades passam por diversas fases. Desde a empolgação inicial com toda a adaptação para este estilo de vida mais itinerante, até momentos de estabilização (e porque não) cansaço.

As tecnologias e aplicativos também são outro ponto interessante de se observar. Ao passo em que existem empresas que têm um ciclo mais rápido, outras acabam se estabelecendo e durando mais.

Algumas das empresas que Heitor observa que tem durado e auxiliado os diversos tipos de nômades são:

AirBNB
Maior plataforma de locação de espaços habitacionais do mundo. O AirBNB é ideal para quem precisa alugar um teto, seja por um final de semana, seja por um ano.

https://www.airbnb.com.br/

Google Maps
A ferramenta de mapas do google é muito útil para nômades, principalmente porque os usuários podem baixar os mapas e acessá-los de forma offline. É uma excelente ferramenta para que os viajantes não se percam por aí.

https://www.google.com.br/maps

Google Translate
Assim como o google maps, o google translate permite o download de diversos idiomas que podem ser consultados remotamente. Uma excelente ferramenta para auxiliar na comunicação nos mais diversos lugares.

https://translate.google.com.br/

Nomadlist

Fundado pelo holandês Pieter Levels, o nomadlist é uma comunidade onde os próprios nômades fornecem informações úteis sobre diversos lugares.

https://nomadlist.com/

Hi Dictionary
O aplicativo Hi Dictionary traduz chats direto no seu smartphone. Gratuito e excelente para auxiliar com a comunicação direta com nativos de outros países. 

https://play.google.com/store/apps/details?id=com.talpa.translate&hl=pt&gl=US

Wise

Também conhecido como Transferwise, esta plataforma tem ajudado muitos brasileiros que desejam movimentar dinheiro para o exterior ou para o próprio Brasil.

https://wise.com/br

O nomadismo digital ganha a cada dia mais ramificações e adeptos. A vida digital exige não apenas adaptação à cultura local, mas também ao próprio dinamismo do mundo digital. As fronteiras estão mais curtas. O escritório compacto. Mas desfrutar das benesses de cada lugar pode ser mais devagar. afinal desde o início, a ideia é  aproveitar o máximo da viagem.

Para driblar a vulnerabilidade, surgiram uma série de negócios e comunidades oferecendo suporte ao viajante. No Brasil, Florianópolis tem atraído cada vez nômades digitais. A Ilha do Magia é berçário de startups e espaços de coworking são encontrados com facilidade. A cidade ainda conta com cafés e hospedagem para todos os bolsos. Sem contar com as 42 praias, surf, trilhas e uma surpreendente natureza preservada no meio urbano. Diferente do mochileiro, os nômades desejam curtir o espírito da cidade onde estão ao mesmo tempo que precisam de uma estrutura de moradia e trabalho. A beleza do lugar precisa estar atrelada a funcionalidade.

Conheça alguns lugares freqüentados pelos Nômades Digitais em Floripa para você se inspirar e adotar esse estilo de vida:

Quer tomar um bom café, usar uma boa conexão de Internet e trabalhar em mesas confortáveis? O Café Cultura tem! Na cafeteria da Lagoa da Conceição, nômades do mundo todo se encontram e trabalham num ambiente agradável e com comidinhas deliciosas.

Casais (Rafael e Pâmela) e (Sheida e Stephano) do curso Profissão Nômades no Café Cultura

Nascida no Panamá, e com uma das sedes também em Floripa – a famosíssima ilha da magia agora chamada de ilha do Sílicio-, a rede Selina reune comodidades em um só lugar. Oferece aos seus hóspedes uma estrutura referenciada internacionalmente de moradia temporária. Os espaços são padronizados, com acomodações variadas e confortáveis. Em suas acomodações, há espaço para coworking e práticas como yoga e meditação, além de apresentações de músicas e artísticas. Selina forma uma comunidade onde as pessoas podem se encontrar, trocar ideias e fortalecer conexões entre si.

Selina é o mais novo conceito de hospitalidade dentro do turismo moderno, ambiente, variedade de comodidades e design multidisciplinar são as propostas para prender você no que chamamos na casa do nômade digital e de quem busca o espirito aventureiro de se jogar na estrada.

Hospedagem e atendimento nada tradicionais, misturando o espirito dos hostels juntos a categorias privadas guarnecidas de diversas opções de atividades de lazer, bem estar e diversão, pacotes para curtas estadias, mensais e até mais longas, pacotes modulares para quem quiser morar em suas locações, chamados de Colivin onde o hospede pode adquirir atividades, comodidades e benefícios, como acesso a coworking, aulas de surf, yoga, desconto em pontos de vendas ou planos de refeições.

Selina Floripa esta na rota do mais novo pacote da rede, o Workation, onde oferece a oportunidade de embarcar numa aventura em grupo onde poderá encontrar pessoas com interesses comuns, fazer networking, trabalhar confortavelmente a partir dos espaços interiores e exteriores, e participar nas inúmeras atividades que são oferecidas.

Existe um quê de mistério no Rosemary Dream. Não é um hostel, mas hospeda visitantes do mundo todo. Não é uma comunidade alternativa, mas pessoas do mundo todo convivem em grupo com um propósito comum. Não é um restaurante, mas serve refeições deliciosas e nutritivas. Não é um espaço de eventos, mas recebe diversos tipos de atividades relacionadas ao bem estar e autoconhecimento. Fonte: Hypeness

Hóspede do Rosemary Dream – Foto Instagram

Agora se você tem pequenos acompanhando a aventura nômade, o Coworking Familiar Caracóis & Caramujos surge com o compromisso de receber os pais e cuidadores em um espaço agradável e equipado para que a criatividade e o senso empreendedor flua, enquanto nossa equipe cuida e realiza atividades que estimulem o desenvolvimento, a criatividade e o brincar livre das crianças. Com o objetivo é fomentar a comunidade familiar através da geração de ideias, conexões e network.

Coworking Familiar Caracóis e Caramujos – Foto: Instagram

Os nômades digitais dão forma a um novo estilo de vida. As comunidades reúnem não só informações úteis, mas também o contato humano quando bater a solidão. Também favorecem a segurança e evitam que os viajantes se tornem alvos fáceis. Já sabe, né, junto somos mais fortes. Nômades Digitais são desbravadores da contemporaneidade. Vamos seguir viagem.Até a próxima parada.

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Milena Rêgo Rêgo

Administradora por formação, desbravadora por natureza. Turismóloga por acaso. Atua desde 2003 como Consultora de Gestão, aplicando ferramentas customizadas para inovação em negócios. Especialista em Turismo e Educação, pesquisa metodologias de startups para solucionar problemas em pequenas empresas. Escritora visceral acredita que a disrupção ocorre primeiro no pensamento.

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