Artigo inspirado/traduzido de Dr. Robin Lincoln Wood (2021) por Vinicius Ciccarelli.
“Um sistema é uma entidade com interrelacionadas e interdependentes partes. É definido pelas suas fronteiras e é mais que a soma de suas partes (subsistemas). Mudar uma parte do sistema afeta as ourtas partes e o sistema como um todo, com alguns padrões previsíveis de comportamento. Pensamento sistêmico é um processo de design centrado nos stakeholders (envolvidos) no próprio sistema”
Desenvolver nossa habilidade de pensar sistemicamente nos possibilita a entender os gatilhos das mudanças de modelos mentais em nós mesmos, o que pode nos levar a uma melhoria de habilidades, conhecimentos e capacidades de fazer a coisa certa que nós precisamos para ter um sistema mais saudável. Quando isso escalar nos níveis de cultura, de repente um número muito maior de pessoas terão esta visão, facilitando a resolução de problemas complexos de maneira co criativa, se tornando uma mudança global.
A inovação emerge mais frequentemente no encontro entre diferentes sistemas, através de pontes formada por pessoas que conseguem sistematicamente integrar diversas linhas de conhecimento, relacionamentos e recursos para vir com soluções que funcionam melhor para diferentes stakeholders.
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Para resolver problemas com sucesso, devemos mergulhar em alguns níveis para entender:
- Padrões de comportamentos: mapeamento e modelagem de padrões de comportamentos em um sistema podem revelevar tendências no tempo, ciclos recorrentes, nos ajudando a antecipar comportamentos futuros do sistema e encontrar soluções mais efetivas.
- Estruturas sistêmicas: se mergulharmos um pouco mais fundo no sistema, descobrimos quais são as forças estruturais que geram aqueles padrões de comportamento, possibilitando a nós redesenhar o sistema para encaminhar as causas raízes.
- Modelos mentais: na medida que conhecemos a nós mesmos e aprendemos a transcender e transformar nós mesmos a viver melhor em simplesmente ser quem somos e evoluirmos como seres humamos, nós começamos a entender como nosso próprio pensando pode muitas vezes ser a causa de muitos problemas que nós estamos enfrentando.
Tudo isso pode demorar tempo, mas tenho otimismo que um dia possa acontecer (e já está acontecendo) da mesma forma que um dia a escravidão foi abolida, como as mulheres conseguiram votos, como as monarquias se tornaram democracias, etc.
Entender a diferença entre empatia e compaixão pode nos ajudar neste desafio. Empatia é natural, parte da natureza humana e que reside no nosso sistema límbico e emocional. Se formos profundos na empatia, podemos nos deixar levar pelos sentimentos de sofrimento e deixar nossas forças e reservas emocionais chegarem em uma exaustão.
Compaixão é uma habilidade cognitiva que desenvolvemos e que nos possibilita entender e ressoar com aqueles que estão sofrendo, mas que nos protege de uma sobrecarga emocional.
É fácil cair na armadilha de ser um “expert”, aquele que tem todas as respostas quando as pessoas estão desesperadas por soluções. O conhecimento é sempre imperfeito, e na maioria das vezes é sentir um espelho emocional que construímos naqueles que buscam por assistência que pode nos ajudar a perceber nossos próprios gatilhos e capacidades críticas de pensar e resolver problemas. Cada um tem seu próprio caminho e todos são parte do sistema também.
O tempo é curto, acredito que quanto mais pessoas conseguirmos mobilizar de forma que possamos nos cuidar, colaborar de forma sistêmica, apropriando conhecimentos e tecnologias, teremos maiores chances de construir um novo sistema nas próximas décadas que vêm pela frente.
Artigo inspirado/traduzido de Dr. Robin Lincoln Wood (2021) por Vinicius Ciccarelli.