Por Jenny Andersson – Estrategista criativa que ajuda organizações e líderes a desenvolver narrativas estratégicas. Ela projeta jornadas e workshops de inteligência coletiva para ajudar as organizações a moldar estratégias e comunicações regenerativas. Traduzido por Luiza Salek.
À medida que novas formas de pensar e agir crescem, uma nova linguagem sempre cresce com elas. Aqui estão muitas das palavras, frases e termos que você provavelmente encontrará nas discussões sobre um futuro regenerativo.
Esperança Ativa: a fantástica ecologista profunda Joanna Macy aborda o futuro volátil, incerto, complexo e ambíguo que enfrentamos. Não apenas sendo alegremente esperançoso, mas buscando um profundo compromisso com a promoção de ações para o futuro. O trabalho de Joanna “Work that Reconnects” é um exemplo perfeito de como encontrar esperança ativa; reconheça sua dor pelo que estamos perdendo, encontre seu foco — o que você pode fazer para avançar na comunidade para agir.
Agroecologia: é a ciência da agricultura sustentável, bem como um movimento político que visa melhorar a maneira como os alimentos são cultivados e processados globalmente. Basicamente, a agroecologia trata de transferir o controle da terra, sementes, mercados e mão-de-obra das grandes empresas de volta para as mãos dos pequenos agricultores.
Manejo AgroFlorestal: A Soil Association descreve como a combinação do manejo de florestas e da agricultura. Há dois tipos principais de sistemas agroflorestais, o sistema silvipastoril: pastagem de animais sob árvores, onde os animais enriquecem o solo enquanto as árvores fornecem abrigo e forragem; e o sistema agrossilvicultural: onde a colheita é cultivada sob as árvores, geralmente em fileiras grandes o suficiente para um trator cuidar das lavouras sem danificá-las. Isso é cultivar em 3D: as árvores e as culturas agrícolas ocupam diferentes níveis acima do solo, e também abaixo do solo onde as raízes das árvores atingem níveis mais profundos do que as culturas.
A agrossilvicultura está ajudando a revitalizar as plantações de cacau degradadas na África Ocidental, por exemplo.
Antropoceno: nome dado pelos cientistas à época que tem início ao final da década de 1950, em que o impacto de uma única espécie — os humanos — determinou o destino de todas as outras formas de vida na Terra.
Biomas são zonas de escala global, geralmente definidas pelo tipo de vida vegetal que suportam em resposta aos padrões médios de precipitação e temperatura. Por exemplo: tundra, recifes de coral ou savanas.
Biomimética: é uma abordagem à inovação que busca soluções sustentáveis para os desafios humanos por meio da imitação de padrões e estratégias testados pelo tempo da natureza. Fundado pela incrível Janine Benyus, o Instituto de Biomimética busca promover e desenvolver o design e a inovação social de acordo com os princípios da natureza. Uma peça famosa do design da biomimética foram os, finalmente proibidos, trajes de banho da Speedo feitos com pele de tubarões.
Bio-região: um termo em debate. Aqui vamos para a definição do World Resources Institute:
“Uma bio-região é um território terrestre e aquático cujos limites são definidos não pelas fronteiras políticas, mas pelos limites geográficos das comunidades humanas e dos sistemas ecológicos. Essa área deve ser grande o suficiente para: manter a integridade das comunidades biológicas, habitats e ecossistemas da região; apoiar processos ecológicos importantes, como o ciclo de transformação de nutrientes e resíduos, migração e fluxo de corrente; atender aos requisitos de habitat de espécies-chave e indicadores; e incluir as comunidades humanas envolvidas no gerenciamento, uso e entendimento dos recursos biológicos. Ela deve ser pequena o suficiente para que os moradores locais a considerem como casa.
Uma bio-região normalmente abarca milhares a centenas de milhares de hectares. Pode não ser maior que uma pequena bacia hidrográfica ou tão grande quanto um pequeno estado ou província. Em casos especiais, uma bio-região pode atravessar as fronteiras de dois ou mais países.
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Uma bio-região também é definida por seu povo. Ele deve ter uma identidade cultural única e ser um local em que os moradores locais tenham o direito primário de determinar seu próprio desenvolvimento. Este direito primário, no entanto, não implica um direito absoluto. Pelo contrário, significa que os meios de subsistência, reivindicações e interesses das comunidades locais devem ser o ponto de partida e os critérios para o desenvolvimento e conservação regional. Dentro dessa estrutura, interesses privados e públicos devem ser acomodados.
O biorregionalismo é o ato de descobrir como criar um futuro regenerativo em qualquer bio-região específica e definida. A Cascadia na América Ocidental é um ótimo exemplo de uma abordagem biorregional para o futuro (veja o mapa acima)
No Reino Unido, a “Bioregional” (Bioregional) é uma consultoria sem fins lucrativos, liderada por Sue Riddlestone, que apoia cidades para desenvolver sua própria abordagem “One Planet Living” para atingir a estabilidade biorregional. Temos também o “Centro de Aprendizagem Biorregional”, em Devon, que analisa uma estratégia biorregional para o South Hams.
Nos EUA, o Capital Institute está reunindo diversas iniciativas e projetos biorregionais sob a Rede de Comunidades Regenerativas (Regenerative Communities Network) e Hubs.
Financiamento misto: de acordo com a OCDE, o financiamento misto é o uso estratégico de finanças voltadas ao desenvolvimento para a mobilização de financiamento adicional ao desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento. É um mecanismo projetado para ajudar a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Pontos cegos: Nora Bateson tem algo bonito a dizer sobre pontos cegos. Pontos cegos aparecem sempre como o reflexo que confere fé cega às autoridades e às regras estabelecidas; o outro, a rápida rejeição de afirmações aparentemente irreverentes. É um conforto em tempos de incerteza e volatilidade de que todos precisamos estar cientes ao trabalhar em direção a um futuro regenerativo.
Instituto Buckminster Fuller: novamente não é uma terminologia, é mais uma lenda. O instituto cobre quase tudo o que está sob o guarda-chuva da Revolução da Ciência do Design (Design Science Revolution).
Economia Circular: é sinônimo de Ellen Macarthur para mim. Ninguém fez mais para promover o conceito e o valor da mudança da sustentabilidade para uma abordagem circular para enfrentar nossa economia da extração e do desperdício. Seu Ted Talk ainda me dá arrepios
Emergência climática: graças ao Extinction Rebellion e à Greta Thunberg, parece que finalmente há um momento das bases ao governo para reconhecer que precisamos de ação radical pra ontem. O ressurgimento do ativismo não violento das décadas de 60 e 70, que inspirou Martin Luther King, marca um renascimento no processo de resistência ao modelo tradicional de negócios (business-as-usual).
Complexidade: gosto da história da autora Michelle Holliday em The Age of Thrivability e espero que ela não se importe em parafrasear aqui. A fiação de uma aeronave é complicada; levaria muito tempo para descobrir onde cada peça tinha que ir se você não soubesse, mas você pode estudar e aprender. Coloque uma tripulação e passageiros em um voo, combine-o com o clima prevalecente e você não pode prever ou descobrir o que pode acontecer nesse voo. Mesmo se você estudou todas as pessoas por anos. O comportamento do sistema é incognoscível porque é complexo.
Colaboração co-criativa: é o que a natureza faz e é como devemos abordar o futuro. Ao contrário da interpretação mais popular do darwinismo, embora a concorrência exista na natureza, não é exatamente o mundo das finançås da lei do mais forte que poderíamos ter sido levados a pensar. Um ótimo exemplo é a colaboração entre anêmonas e peixes-palhaço, que também é uma relação simbiótica.
Evitando a Tragédia dos Bens Comuns: eu amo Governing the Commons, de Elinor Ostrom — foi transformador para o meu pensamento. O trabalho de Elinor Ostrom lida com o gerenciamento de recursos disponíveis para a comunidade (Common Pool Resource, CPR), pelo qual ela ganhou um Prêmio Nobel de economia em 2009. Ostrom descreve algumas teorias que normalmente usamos para explicar porque a alocação de recursos comuns falhará sem intervenção:
- Dilema do prisioneiro: um jogo em que dois indivíduos não cooperam, mesmo que racionalmente devessem.
- Tragédia dos bens comuns:indivíduos agem de acordo com seu interesse pessoal, esgotando recursos
- Problema do passageiro livre: indivíduos desfrutam de um benefício sem contribuir de volta, porque não há custo associado a isso.
A suposição subjacente é que, sem intervenção externa, indivíduos agirão egoisticamente, sem levar em consideração interesses coletivos.
Convergência: quando as partes divergentes de um ecossistema, entidade ou sistema biológico se juntam em relação para formar um todo convergente com novas características e capacidades
Daniel Christian Wahl: autor deDesigning Regenerative Cultures, embora seja um nome e não uma palavra narrativa, ele é o autor de um dos livros mais seminais sobre cultura regenerativa e não pode ficar de fora! Ele escreveu vários artigos nesta plataforma, vale a pena explorar.
Divergência: em todo sistema vivo, existem partes individuais — por exemplo, as células, órgãos e sistemas em nossos corpos ou os diferentes departamentos e pessoas de uma organização. Quanto mais diversas as partes puderem ser, maior a probabilidade de que o todo seja adaptável, ágil e resistente.
Economia Donut: modelo da economista Kate Raworth para um espaço justo para a humanidade, combinando os limites planetários do Centro de Resiliência de Estocolmo e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Uma estrutura brilhante para conversas criativas em torno da inovação para um futuro regenerativo. Precisamos de pontes como essa que nos ajudem a ter as difíceis discussões que precisamos ter para nos levar adiante.
Dualidade: pode ser descrita de várias maneiras. Aqui vou usar o pensamento binário, a apresentação da discussão em preto / branco, certo / errado.
Alfabetização Ecológica: vou deixar essa aqui para Daniel Christian Wahl. Ele diz: “ Alfabetização Ecológica é a capacidade de entender a organização dos sistemas naturais e os processos que mantêm o funcionamento saudável dos sistemas vivos e sustentam a vida na Terra. Uma pessoa ecologicamente alfabetizada é capaz de aplicar esse entendimento ao design e organização de nossas comunidades humanas e à criação de uma cultura regenerativa. ” Leia mais aqui.
Ecossistema: uma comunidade biológica de organismos que interagem entre si e com o ambiente físico que os cerca — por exemplo, um ecossistema marinho; uma rede complexa ou sistema interconectado — um ecossistema empresarial como o Vale do Silício
Serviços do ecossistema: um termo disputado, mas uma definição são os benefícios proporcionados por um ecossistema que torna a vida humana possível e agradável. Claramente, essa é uma definição antropocêntrica que não funciona para uma mentalidade regenerativa. Então, penso nisso como o que os ecossistemas fazem pelas pessoas (que geralmente não é reconhecido, protegido ou recompensado de forma alguma), incluindo fornecimento de comida e água, controle do clima e de doenças, apoio aos ciclos de nutrientes e produção de oxigênio e oferecimento de benefícios culturais aos seres humanos, como como atividades de lazer.
EcoRestoration Camps — é uma organização sem fins lucrativos fundada por um movimento de pessoas que queriam uma solução baseada em ações para lidar com as mudanças climáticas. Menos terminologia, mais movimento na missão de restaurar paisagens degradadas em escala global. Feito para aqueles que querem botar as mãos na massa.
Emergência: na teoria dos sistemas refere-se a como propriedades coletivas surgem das propriedades de partes que se juntam. Vejo emergências acontecendo quando realizo oficinas de estratégia criativa, onde a inteligência coletiva na sala pode criar uma solução para um problema que nenhum indivíduo poderia ter criado sozinho.
Teoria de Gaia: foi escrita pelo cientista e ambientalista James Lovelock ao lado da microbiologista Lynn Margulis. O princípio da teoria de gaia é que os organismos vivos interagem com seus arredores inorgânicos na Terra para formar um sistema sinérgico, auto-regulador e complexo que ajuda a manter e perpetuar as condições de vida no planeta. A vida cria as condições favoráveis à vida.
Green New Deal (Novo Acordo Verde): trazido de volta à vida por Alexandria Ocasio-Cortez, o Green New Deal é um pacote de estímulo proposto nos EUA que visa tratar das mudanças climáticas e das desigualdades econômicas. O acordo é contra o atual presidente Trump. Ele está crescendo globalmente como um movimento para pessoas que desejam assumir o controle de seu futuro ambiental e econômico, assim como mudar as regras para oferecer o investimento e as mudanças no poder econômico para tornar o Green New Deal uma realidade.
Agricultura holística — sede do Savory Institute, que fez muito para ser pioneira no gerenciamento regenerativo da terra por meio de abordagens holísticas. Revigorar as pastagens por meio da mudança da agricultura industrial para a agricultura rotacional e mista — principalmente pecuária — na fazenda de sua família foi o trabalho de Will Harris, da White Oak Pastures. Você pode ouvir Will e Danielle
Ibarra-Howell, CEO da Savory, falar sobre suas abordagens abaixo.
Sabedoria Indígena: a cultura regenerativa reconhece a sabedoria e o conhecimento que existe sobre a vida, criando as condições propícias à vida dos povos indígenas do mundo — e fala respeitosamente sobre sua cultura e contribuição para o futuro. A sabedoria igualmente antiga também tem um lugar nas conversas regenerativas.
Interbeing: a qualidade de não estar separado, significa coexistir interdependentemente. De poder reconhecer e conviver com outra vida em parceria. A palavra de substituição sugerida para o verbo “ser”, cunhada pelo monge budista vietnamita e pelo estudioso Thich Nhat Hanh. O significado de ser humano reconhece a dependência de qualquer pessoa ou coisa em relação a todas as outras pessoas e objetos.
Liminaridade: período de tempo ou estado de espírito caracterizado por ambiguidade e desorientação. Todos nós já estivemos lá quando adolescentes. De pé com uma perna em um mundo e a outra em um futuro desconhecido.
Movimento Maker: O Movimento Maker é um fenômeno cultural e é altamente inclusivo, pois todos são bem-vindos, independentemente de raça, situação financeira ou origem. Também está mudando a maneira como aprendemos, descobrimos e inovamos e é visto como um valioso colaborador para nossa economia local.
Um makerspace é um workshop no qual profissionais, novatos, empreendedores ou estudantes podem se reunir sob o mesmo teto para colaborar e compartilhar idéias ou trabalhar em projetos individuais com foco firme nos assuntos de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Existem quase mais de 100 espaços de fabricantes em todo o Reino Unido. Agora, esse movimento também foi firmemente incorporado a universidades e faculdades conhecidas e é visto como um ponto-chave de vendas ao conversar com futuros alunos e forma um argumento convincente para o aprendizado através da exploração prática.
Os espaços de criadores também são chamados de espaços de hackers e Fab Labs e, em certos casos, fornecem instalações comuns em um espaço aberto e acessível, dando acesso a recursos, incluindo fabricação digital e eletrônica.
Parteira: tornou-se um termo popular para trazer à tona o novo futuro regenerativo que desejamos — assim como uma parteira médica ajuda a criar uma nova vida.
Capital natural: outro termo muito debatido e ideia que pode não ter um lugar real na linguagem regenerativa, mas é incluído porque tem um apoio crescente no mundo dos negócios, por isso precisamos examinar seu lugar. De acordo com o Fórum Mundial sobre Capital Natural World Forum on Natural Capital), o capital natural pode ser definido como os estoques mundiais de ativos naturais, que incluem geologia, solo, ar, água e todos os seres vivos. É a partir desse capital natural que os humanos obtêm uma ampla gama de serviços, freqüentemente chamados de serviços ecossistêmicos (veja acima), que tornam possível a vida humana. Devemos usar a linguagem do capitalismo para colocar um preço no que não tem preço? Embora a natureza não tenha preço, ela não tem valor. Ao colocar um valor monetário nos serviços da natureza para nós, ele permite que o mundo aloque o custo de ‘externalidades’, isto é, danos causados por empresas de produção e processamento primário, ao meio ambiente. Isso pode, no futuro, levar a uma melhor legislação e medidas financeiras para chamar as organizações a prestar contas e impedir a degradação futura.
Novo Acordo Para a Natureza (New Deal for Nature): está intimamente relacionado ao capital natural. Ao lado do WWF e do príncipe William, Sir David Attenboroug pediu um novo acordo para a natureza no WEF 2019. O Fórum Econômico Mundial (WEF) tem como objetivo produzir um relatório a ser lançado antes da 15ª reunião da CBD COP em Pequim em 2020, que estabelece uma estrutura para mobilizar governos e que essencialmente iria redefinir a agenda da biodiversidade, de modo que o quadro bastante técnico de proteção da diversidade biológica se amplie em um movimento que estabeleça um “Novo Acordo para a Natureza” — algo que capture públicos mais amplos, empresas e imaginações políticas.
Orgânico: quando pensamos em orgânico, pensamos principalmente em comida. Alimentos cultivados sem pesticidas e fertilizantes. A agricultura orgânica faz parte do movimento da agricultura regenerativa, pois não esgota o solo. Não precisa ser totalmente regenerativa em termos de proporcionar altos níveis de bem-estar animal ou de cuidado com a biodiversidade, mas, em geral, uma fazenda orgânica terá muito mais probabilidade de fornecer essas duas coisas.
Permacultura — a prática de produzir alimentos, energia etc., usando maneiras que não esgotam os recursos naturais da Terra. Os princípios de design da permacultura são uma ótima maneira de proteger a biodiversidade em seu próprio ambiente construído. O movimento Permacultura se espalhou por todo o mundo. Você pode aprender o básico no Reino Unido em muitos lugares; comece sua viagem de descoberta na Associação de Permacultura (The Permaculture Association).
Regenerativo: a regeneração é um processo interconectado de tornar-se algo do qual todos os sistemas vivos participam, onde o desenvolvimento saudável de todas as formas de vida está intrinsecamente conectado ao desenvolvimento saudável de todo o resto. Esse processo interconectado inclui o desenvolvimento de tudo, desde pequenas células bacterianas a insetos, árvores, animais e seres humanos, até escolas, organizações, sociedades e a Terra como um todo. O movimento regenerativo abrange todos os principais sistemas, como agricultura, energia, negócios, oceanos, gestão da terra, mas também cultura regenerativa. Confira minha Série de visualizações regenerativas — Regenerative Series — da plataforma Connectle.
Ash Buchanan resumiu os diferentes campos regenerativos em seu artigo sobre bem-estar regenerativo:
- Design e desenvolvimento regenerativos; “Um processo pelo qual cidades, vilas e outras comunidades humanas voltam ao alinhamento que dá vida aos sistemas ecológicos que os sustentam. Como prática, busca criar um ambiente construído e sistemas humanos capazes de co-evoluir com a natureza. ” (Bill Reed, Pamela Mang, Ben Haggard e Regenesis)
- Economia regenerativa que se baseia na observação; “Podemos — e devemos — alinhar nossa teoria e prática econômica com nossa mais recente compreensão de como o universo e nossa humanidade realmente funcionam”. (John Fullerton). A ação de custo da UE RESTORE, preocupada em repensar a sustentabilidade, propicia uma economia regenerativa definida como um produto da vitalidade humana e social, enraizada na saúde ecológica e no desenvolvimento inclusivo das capacidades e do potencial humano.
- Negócios regenerativos que exploram como o conceito de regeneração se aplica “à estratégia de negócios, com ênfase em: potencial humano, sistemas de trabalho, resiliência e crescimento”. (Carol Sandford)
- Culturas regenerativas que pedem; “Como podemos colaborar na criação de diversas culturas regenerativas adaptadas às condições bioculturais únicas do local?” (Daniel Christian Wahl)
- Agricultura regenerativa que busca “fornecer comida, água, ar limpo, clima estável, biodiversidade, boa saúde, segurança e felicidade”. (Commonland)
Resiliência: em 1973, C S Hollins publicou pesquisas sobre a complexidade das mudanças nos ecossistemas. Ele observou que, embora existissem sistemas complexos dentro de uma variedade de diferentes estados de equilíbrio, depois de receberem um choque, eles podem voltar ao seu estado original ou degenerar em um estado menor. Nos serviços de ecossistemas, resiliência refere-se à capacidade de um sistema suportar choques e ter a elasticidade inata para retornar ao seu estado anterior. Você pode ler mais sobre esse aplicativo específico de resiliência em Designing Cultures Regenerative of Daniel Christian Wahl ou aqui na página de seu perfil.
Reciprocidade sagrada: a empreendedora regenerativa Maya Zuckerman descreve isso como um conceito que a maioria das sociedades tradicionais tem usado. É uma prática de ser recíproco com a natureza e todas as relações e relacionamentos.
Salutogênese: saúde regenerativa — um projeto para o ambiente construído que se concentra na melhoria da saúde, e não apenas na ausência de problemas de saúde ou apenas na redução de impactos na saúde
Soberania: ouvi pela primeira vez uma idéia moderna de soberania ao estudar biologia evolutiva e me deparei com a infame entrevista de Joe Rogan com Bret Weinstein e Jordan Peterson. Eu aprendi mais com Jordan Greenhall recentemente através da Rebel Wisdom.
Mordomia: traz a idéia de cuidado, responsabilidade, dever e reverência pelo fato impressionante, porém simples, de que, até onde sabemos, ainda somos o único planeta no vasto oceano do universo que contém vida. A mordomia oferece a sensação de um chamado espiritual não apenas para as gerações futuras da humanidade, mas também para as gerações futuras da vida. Para proteger a ideia de vida na terra. Como Kenneth Mikkelsen disse em sua palestra na House of Beautiful Business — Ser um bom descendente e um bom ancestral.
O simbioceno: um nome proposto por Glenn Albrecht para a era pós-antropoceno. Os principais princípios organizadores de uma sociedade simbionte incluem:
- reciclagem e biodegradabilidade completa e benigna de todos os insumos e produtos;
- formas seguras e socialmente justas de energia limpa e renovável;
- integração plena e harmoniosa de sistemas humanos com sistemas biogeoquímicos em todas as escalas;
- usando os recursos renováveis do local e bioregião;
- a eliminação de resíduos tóxicos em todos os aspectos da produção, consumo e empresa;
- todas as espécies, grandes e pequenas, tendo seus interesses e compartilhamento de vida compreendidos e respeitados;
- evidência de uma harmonia ou equilíbrio de interesses em que o conflito é reconhecido como um subconjunto de cooperação em grande escala;
- proteção das ligações simbióticas entre e dentro das espécies em todas as escalas;
- restabelecimento de laços simbióticos onde foram cortados no Antropoceno.
Symmathesy: nova palavra para “System”, proposta por Nora Bateson. Symmathesy refere-se especificamente a sistemas vivos e à sua capacidade de interagir e aprender uns com os outros.
Simbiose: é uma relação entre duas entidades biológicas diferentes e pode ser comensalismo mútuo (anêmona e peixe-palhaço / abelhas como polinizadores), parasitário (visco e árvore hospedeira) ou amensalismo. Existem muitos estudos de caso excelentes sobre relacionamentos simbióticos no Ask Nature.
Sintetizar: Eu sou um sintetizador humano. Eu vejo a vida em padrões de idéias interconectadas. Posso unir pontos facilmente e tornar uma idéia simples maior e mais ousada, conectando-a imediatamente a outras partes de um sistema no qual isso pode ter impacto. Os sintetizadores como humanos são polímatas, neo-generalistas — pessoas que têm muitas camadas de experiência mantidas juntas por um fino fio vermelho. São pessoas cujas habilidades devem ser muito mais procuradas do que para esta era de complexidade, mas ainda somos viciados em nossa noção de especialistas.
Pensamento sistêmico: uma idéia simples, mas profunda, de que o todo é maior que a soma de suas partes. O pensamento sistêmico está interessado na inter-relação de partes e em sintetizar o que acontece ou qual impacto ocorre através do padrão de interação entre um organismo e o ambiente em que ele vive. Os pensadores de sistemas que mais me influenciaram incluem Fritjof Capra, Donella Meadows, Nora Bateson, o biólogo Humberto Maturana, Peter Senge. Mas há muitos mais.
Tensegridade: não foi possível deixar Buckminster Fuller fora desta lista! Tensegridade é uma elisão de ‘tensão + integridade’. Buckminster Fuller, construindo sobre as esculturas altamente originais de Kenneth Snelson, cunhou o termo, para indicar que a integridade da estrutura deriva do equilíbrio dos membros de tensão, e não os braços de compressão. Tensegridades podem ser construídas em hierarquias — cada elemento de uma tensegridade pode ser construído a partir de tensegridades menores — tornando o uso mais eficiente dos materiais, um imperativo evolutivo. Essa eficiência também é uma propriedade muito importante, pois a regra da evolução biológica é a eficiência — obter o máximo desempenho com o mínimo de material.
Teoria U — outro modelo, mas que nos permite pensar e sentir no futuro emergente à medida que o usamos para desenvolver mudanças transformacionais. Como é baseado no processo criativo, acho isso fácil de usar em quase todas as circunstâncias, pois é altamente ajustável em termos do nível de consciência do público. Você pode ir o mais “profundo” ou leve que quiser. Você pode aprender mais através do The Presencing Institute ou ULab. Obrigado Otto Scharmer et al!
Thrivability: Seb Paquet, co-fundador da inovadora rede Enspiral de iniciativas, descreve o thrivability assim:
Thrivability é uma filosofia de trabalho centrada em realizar ações que são generativas. Isso contrasta com a sustentabilidade. Associo thrivability com espirais. Algo que é passível de espiralamento irá espiralar, melhorando constantemente, tornando-se mais bonito, mais limpo ou mais agradável. É um desdobramento contínuo.
A autora Michelle Holliday descreve isso como “um esforço contínuo e intencional para criar condições férteis para a vida prosperar nos níveis do indivíduo, da organização, da comunidade e da biosfera”.
Rede de Transição (Transition Network): novamente um movimento que não é um substantivo, mas deveria estar presente desde o início. Uma das experiências mais bem-sucedidas em ativação e imaginação da comunidade para um futuro sem fósseis, a Transition tem muitas comunidades ativas em todo o mundo, alcançando um impacto genuíno de base e regional nas comunidades das cidades e vilas. Na Europa, Bélgica e França têm sido particularmente bem-sucedidas e, é claro, Totnes em Devon é a principal cidade do movimento.
Consequências não intencionais: estão congelando alguns governos (IMHO) de tomar as medidas que precisam tomar. Em um mundo complexo, é quase impossível prever os resultados de uma ação dentro de um sistema. É claro que o princípio da precaução se aplica, mas, mesmo assim, consequências não intencionais são o pior pesadelo de todos. Este vídeo é provavelmente o melhor que eu já vi para descrever a UC.
A tecelagem de conexões e colaborações replica a maneira pela qual a natureza reúne diferentes comunidades para benefício mútuo. Você frequentemente ouvirá as pessoas da comunidade regenerativa se referirem a si mesmas como tecelãs — um reconhecimento da complexidade em que vivemos e trabalhamos, mas também o valor das pessoas que trazem abordagens polimáticas para a regeneração.
Dados Quentes: reconhecendo que problemas complexos não são suscetíveis a soluções predeterminadas, o International Bateson Institute assumiu a tarefa de gerar uma categoria de informações especificamente dedicada à descrição da interação relacional contextual, denominada “Dados Quentes”. As unidades de conhecimento pelas quais são feitos raciocínios e cálculos, dados, informações e fatos, sugerem processos de pesquisa nos quais depositamos nossas esperanças de uma melhor compreensão do mundo em que habitamos.
Xenofilia — Consciência e entendimento que permitem um design inclusivo para o ‘outro’, ou seja, não apenas o design centrado no ser humano, mas o design como parte da natureza, não à parte da natureza, também um importante design holístico para tudo o que é socialmente justo, não apenas para os ricos, influentes na nossa cultura.
Assim. O que faltou? O que você gostaria de adicionar? Ou há algo que você gostaria de editar? Deixe-me saber nos comentários abaixo.