A relação com o tempo e o espaço, nossas principais coordenadas existenciais, estão sendo radicalmente modificadas pela pandemia. Estamos redescobrindo o poder das relações, mesmo que digitalmente.
Finalmente o digital está sintonizado com o humano?
Finalmente podemos ter uma aliança entre vida pública e privada?
Segundo o Future Concept Lab, pioneiro instituto de pesquisa de tendências e consultoria estratégica com o qual trabalhei por 15 anos, afirma que, neste momento, emerge uma reflexão estratégica que enfraquece o modelo de business que parecia indicar um futuro luminoso: o capitalismo das plataformas — o que chamamos de sharing economy.
O mundo do Airbnb e do Uber e de tantas outras plataformas presenciaram com a pandemia uma imprevisível queda e cujo horizonte ainda parece incerto.
O modelo, até então, era fundado no que o sociólogo Francesco Morace chama de troca promíscua ( mesmo serviço/mesmo produto para tantos usuários). As transações eram baseadas na aceleração e na maximização do tempo (por exemplo no caso dos transportes) e do espaço (no caso das residências e escritórios), na circulação frenética de bens e serviços (no caso do aluguel de carros, de acessórios ou roupas).
- Trabalho flexível: chefe de futuro do trabalho é nova tendência corporativa.
- Encantar os clientes é uma má estratégia?
- Prever o futuro é possível? Construindo o amanhã.
Qual será então o fruto que colheremos desta pausa?
A hipótese é a de que tanto na comunicação e nas vendas, a justa distância medirá o valor essencial de uma marca.
Não é a distância inutilmente invasiva mas uma distância que nos permite enquadrar e focar a realidade. Uma distância não prevista nem na sharing economy nem nas redes sociais.
De uma sharing economy governada pelas grandes plataformas globais, que se alimentam de nossos dados, temos a oportunidade de passar para uma economia civil — de comunidade, de proximidade, de respeito, de confiança nas relações e de proteção ao ser humano.
A mudança já está sendo confirmada por pesquisas realizadas durantre esse período: as marcas que conservarão sua credibilidade são aquelas capazes de ser Civil Servants — servidores civis: servindo o cliente mas também a comunidade, sustentando, reassegurando, com interlocutores que se transformam em companheiros cotidianos. Hora de conhecer e re-conhecer, sob a base de uma visão comum, de mensagens memoráveis, de um correto tom de voz e de uma capacidade de escuta mais aguçada do que sempre.