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E se a gente pudesse se organizar em plataformas tech, com governança compartilhada, em formato de cooperativas?

Pois este é um modelo que vem sendo construído e aperfeiçoado desde 2014, momento em que surgiu o termo “cooperativismo de plataforma” criado por Trebor Scholz, como forma de gerar uma contrapartida a plataforma corporativa, que embora seja de economia compartilhada, ainda é cunhada no modelo tradicional.

Para compreender o que é uma cooperativa de plataforma, é preciso inicialmente entender o momento histórico em que surgiu o modelo de plataforma.

O start de tudo começou por volta de 2008 com a crise financeira americana. A sociedade precisava encontrar uma saída, uma resposta, a economia precisava continuar rodando. Aí surgiu o conceito de Economia de Compartilhamento, em que se soube aproveitar muito bem a tecnologia disponível para transformar e impulsionar o consumo de alguns serviços, dando acessibilidade e dinâmica as transações. Neste passo, surgiram a famosas e conhecidas plataformas do UBER e Airbnb dentre outras.

Com a ideia de cooperativismo de plataforma, o Professor Scholz nos propõe que os “cooperados” (força de trabalho) sejam os proprietários destas plataformas. É como se os motoristas fossem os sócios no Uber.

Perceberam que Cooperativismo de Plataforma não se trata apenas de um movimento, um conceito, uma utopia? É um modelo de negócio dos cooperados, para os cooperados, e que já é uma realidade em várias partes do mundo. 

Se tem notícia que existem mais de 300 cooperativas de plataforma no mundo, nos mais diversos setores e formatos. (fonte: site da The Internet of Ownweship- #PlatformCoop Diretório – A Internet da Propriedade (ioo.coop))

Sim…o modelo veio para ficar e transformar a sociedade e o mundo!

Mas para entender o que seria o Cooperativismo de Plataforma, inicialmente é preciso compreender o que é uma plataforma (no formato convencional) e de que forma esta influenciou na construção do modelo das cooperativas de plataforma.

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Tá,  mas fala aí, o que é uma plataforma ?

Resumindo um pouco, a plataforma é um modelo de negócio que conecta diretamente produtores e consumidores externos e permite interações de criação de valor para todos os envolvidos, ao mesmo tempo em que fornece uma infraestrutura acessível, dinâmica e participativa para garantir estas interações.

Esta disrupção toda está dando a luz a uma série de novos negócios, impactando significativamente como as empresas estão sendo estruturadas, bem como  sacudindo os setores mais tradicionais da economia.

Como?? A estratégia deu uma virada. Antes os negócios ou atividades tradicionalmente faziam uso de seus recursos exclusivamente internos, pois com a plataforma não é mais assim. Boa parte dos recursos passaram a ser externos. Quer um exemplo? Airbnb, aluga quartos sem ter um único imóvel (quartos são de terceiros), o UBER transporta pessoas sem ter um único veículo (veículo dos motoristas), etc.

No caso da Airbnb é mais especial ainda porque, a comunidade que antes demandava por quartos (por exemplo procurando hotéis nas férias) passaram a ser fornecedora de suas casas, apartamentos e quartos ociosos, tornando-os produtivos.

Isto é a chamada Economia Compartilhada, onde se tem o entendimento de que vários itens que temos (casas, carros, moto, bicicleta, liquidificador) na maior parte do tempo ficam ociosos. A plataforma foi criada justamente para torná-los produtivos, gerando valor através do uso das redes, onde a atuação da comunidade de usuários da plataforma impacta sobre o valor criado individualmente. Quanto mais usuários, mais impacto individual de quem está na plataforma.

Mas como tudo na vida, tudo tem seus prós e contras, os efeitos da construção e uso deste tipo de rede, ou produz um valor significativo para seus usuários, através de um bom gerenciamento, ou ao contrário, devido ao aumento quantitativo da comunidade e mal gerenciamento, pode acarretar na redução do valor ofertado a cada usuário. 

Exemplo do impacto negativo,  aconteceu com os entregadores de aplicativos que foram às ruas, fizeram protestos e paralizações, exigindo dentre outros, melhores condições de trabalho( Cooperativismo de plataforma: alternativa para entregadores de aplicativo (coonecta.me). A boa notícia é, muitos deles tomaram a iniciativa de criar as suas cooperativas, porque entenderam que era o único caminho plausível para melhorar suas vidas, através da criação de aplicativo gerenciados pelos próprios entregadores ( ‘Adeus, iFood’: entregadores tentam criar cooperativa para trabalhar sem patrão – BBC News Brasil )

Finalmente… conceitos do cooperativismo de plataforma

Então, o modelo de plataforma com todo o seu impacto positivo a partir da redução de custos e da economia do compartilhamento, como vimos não é só um mar de rosas…tem efeitos colaterais bem sérios, pois podem gerar a chamada “uberização do trabalho”.

E para trazer equilíbrio nas relações consideradas por este modelo, que nasceu o conceito de “cooperativismo de plataforma” criado pelo Professor Trebor Scholz, onde a propriedade e governança das plataformas são compartilhadas dentro do modelo de cooperativas.

Conforme refere o Professor Trebor Scholz no seu livro “Cooperativismo de Plataforma – Contestando a economia do compartilhamento corporativa”, o conceito está dividido em 3 partes:

  • Integra a estratégia de apostar na tecnologia (na forma das plataformas como Uber, TaskRabbit, Airbnb ou UpWork), mas quebra com o modelo onde poucos se beneficiam (economia compartilhada). É nesse sentido que o cooperativismo de plataforma envolve mais do que uma mudança estrutural, propõe uma mudança de propriedade.
  • Plataformas podem ser operadas e ser da propriedade de sindicatos inovadores, cidades e várias outras formas de cooperativas, tudo desde cooperativas multissetoriais (multi-stakeholder co-op), cooperativas de propriedade dos trabalhadores (worker-owned co-op) ou plataformas cooperativas de propriedade dos “produsuários” (producer-owned platform cooperatives).
  • O cooperativismo de plataforma é construído tendo como base a re-criação de conceitos como inovação e eficiência, desta vez pautados em propósitos que trarão benefício a todos.

Nos próximos artigos, vou me aprofundar um pouco mais no tema, e vou te trazer os princípios do cooperativismo de plataforma, sob a visão do Professor Scholz, além de outras cositas mas!

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Sylvia Urquieta

Graduada em Direito pela Universidade do Vale dos Sinos (1995). Pós-Graduada ESPM SUL - MBA Liderança e Gestão - Enfoque Marketing Digital (2013). Capacitação em Implementação Jurídica da Proteção de Dados pelo Instituto Brasileiro de Direito IBIJUS (2020). Certificada como Gestora de Privacidade e Proteção de Dados - TIExames - 2020 Treinamento para Data Protection Officer - Silveiro Advogados - 2020 Extensão Crimes Cibernéticos - Os principais riscos e técnicas básicas de prevenção - Policia Civil de Minas Gerais - 2020. Especialista Certificada em Segurança de Rede e Segurança da Informação - ICSI (International Cybersecurity Institute - 2020. Introdução e fundamentos da Cibersegurança - Cisco Networking Academy - 2020 Atualmente é cooperada e trabalha como Social Media no Aprendiz COOPEEB. É ferrenha entusiasta e está empreendendo numa cooperativa de plataforma.

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