Frente a maior crise sanitária do século 21, quiçá dos tempos modernos de modo geral, os olhares de usuários, pacientes, familiares e investidores se voltam para a saúde. A pandemia do coronavírus redefine nossas vidas e abre espaço para ampliar os cuidados com a saúde e a qualidade de vida. Tratar a doença dá lugar à medicina preditiva.
O setor já movimenta 3 tri de dólares no mundo, e tem uma demanda que passa pelo barateamento e a democratização das novas tecnologias, empoderamento do paciente, o impacto da prevenção, a mudança do perfil das doenças e do próprio comportamento do consumidor e a dificuldade de se ter acesso à saúde de excelência por parte das populações mundiais.
Na esteira dessas demandas, há um sem-fim de oportunidades para as healthtechs. De acordo com o relatório Money Tree, da PwC, elas foram o segundo setor que mais recebeu capital de risco em 2020. Os efeitos desses aportes se traduzem na previsão de que até 2024 este mercado continue crescendo 12% ao ano até alcançar um valor global de cerca de US$ 432 bilhões. Para 2021, segundo a consultoria Distrito, as healthtechs dividirão com as fintechs o alvo de mais investimentos entre as startups.
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Existem hoje mais de 540 startups de saúde ativas no Brasil, segundo o estudo Healthtech Report 2020. A maior parte atua em gestão de saúde. Em seguida, vêm os segmentos de soluções de acesso à informação (17,3%), marketplace (13,7%) e farmacêutica e diagnóstico (10,5%).
O setor emprega 10 mil pessoas no país. Em 2019, as healthtechs receberam US$ 8,9 bilhões de aportes globais em 615 negócios, segundo relatório do Mercom Capital Group. Uma delas, da qual sou diretor, o meuDNA, chegou ao mercado neste 2019, com a missão de democratizar os testes genéticos. Tivemos aportes no valor de R$ 45 milhões, liderados pela MCLC4, family office de Laércio Cosentino.
A nossa aposta é em um mercado que caminha a passos largos com o avanço da ciência genética, cujos custos de sequenciamento genético caíram mais de 10 vezes, em relação há vinte anos. E a nossa missão é democratizar o acesso aos dados biológicos e às informações que cada um carrega consigo no seu DNA, algo que ainda é muito distante dos brasileiros visto que o aconselhamento genético —uma consultoria para esclarecer pessoas e famílias que possam sofrer algum risco ou portar uma condição genética— é incomum por aqui, até em função do baixo número de médicos geneticistas no Brasil (segundo dados publicados na pesquisa Demografia Médica 2018, o Brasil tem apenas 305 geneticistas, ante 39.234 pediatras —a segunda maior especialidade médica).
A maior disponibilidade de tecnologia já tem propiciado a otimização de recursos – desde suprimentos até as equipes hospitalares – e também novos modelos de negócios e de relacionamento, com a telemedicina e a realidade virtual, que permitem compartilhar informações e atender pacientes à distância. Ela também barateou todo o processo do mapeamento genético e gerou um aumento exponencial de conhecimento que abre muitas oportunidades para que as pessoas se conheçam biologicamente. No presente, a hora e a vez é das healthtechs. Mas, o desafio não é apenas a disponibilidade de capital: de nada importa todo esse avanço e inovação se o acesso não for facilitado. Só poderemos chamar de sucesso quando essas inovações da saúde se perpetuarem no futuro, em função da sua máxima utilidade e democratização.