Quando o assunto é automação no ambiente corporativo, muitos especialistas acreditam que os funcionários que serão mais afetados são os que trabalham na área de produção — com escolaridade mais baixa e salários menores. Mas um novo estudo, realizado pela Brookings Institution, traz um novo olhar sobre essa questão: quando o assunto é inteligência artificial, os profissionais que hoje são bem remunerados e têm nível superior serão os mais afetados pela tecnologia.
Profissionais com ensino superior estão sete vezes mais vulneráveis ao avanço dessa tecnologia do que aqueles com apenas o diploma do ensino médio, afirma pesquisa.
O estudo foi baseado em uma técnica de pesquisa desenvolvida por Michael Webb, estudante de doutorado em Economia da Universidade Stanford. Ele construiu um algoritmo que compara a linguagem usada em 16.400 patentes de IA com palavras na descrição de 769 ocupações no banco de dados oficial do governo norte-americano chamado O*NET.
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Webb fez, por exemplo, combinações de palavras relacionadas ao marketing como: “medida, eficácia”; “análise, dados”; “identificar mercados”; e “monitorar estatísticas”. Em grande medida, esses termos são similares à explicação do O*NET sobre o que faz um especialista em marketing: “medir a eficácia dos programas e estratégias de marketing, publicidade e comunicação”, “coletar e analisar dados demográficos, preferências, necessidades e hábitos de compra dos clientes para identificar mercados em potencial” e “monitorar estatísticas do setor e acompanhar tendências”. Uma sobreposição tão grande de termos indicaria, segundo o estudo, que a inteligência artificial terá um impacto significativo nessa profissão.
De acordo com a pesquisa, a inteligência artificial pode afetar o emprego de 25 milhões de trabalhadores só nos Estados Unidos. Isso representa cerca de 15% da força de trabalho do país.
Além dos especialistas em marketing, as profissões em que a IA tem maior chance de substituir trabalhadores humanos são: gerentes de vendas, programadores de computador e consultores financeiros pessoais. Hoje, a média salarial desses profissionais é de US$ 104 mil por ano.
No entanto, essa descoberta não elimina as preocupações sobre o emprego dos 100 milhões de americanos que ganham US$ 40 mil ou menos por ano. Diferente de pesquisas anteriores, que tratam da automação e da inteligência artificial como um todo, a metodologia de Webb separa a IA de outros avanços que ameaçam funcionários com menos instrução, lembra a Fast Company. A robótica, por exemplo, é uma ameaça maior aos postos de trabalho de produção.
Fonte: época-negócios
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