E o que é e como funciona o Brain Computer Interface?
Em português podemos traduzir Brain Computer Interface para interface cérebro-máquina. Isso é, um sistema computacional, formado por hardware e software, com a capacidade de traduzir impulsos neurais em comandos computacionais que consigam acionar algum dispositivo externo.
O BCI não é uma concepção recente. Mas foi graças as evoluções tecnológicas, a miniaturização e a diminuição dos custos dos dispositivos que hoje é possível implementar soluções de BCI em laboratórios mais simples.
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Para que fique mais simples de entender, podemos dizer que um projeto de BCI possui duas partes:
– A primeira parte do projeto contempla os dispositivos miniaturizados com tecnologia de ponta, capaz de captar impulsos cerebrais e/ou campo magnético gerado pelas sinapses entre os neurônios e transformá-los em sinais elétricos;
– A segunda parte é mais conhecida pela maioria das pessoas: a implementação de um sistema simples de hardware e software que transforma esses sinais elétricos, representados pelos impulsos cerebrais, em comandos que controlam um dispositivo externo, com a utilização de uma placa de Arduino e um computador.
As soluções ainda estão em evolução, mas já existem algumas aplicações que trazem ótimos resultados, como paraplégicos que conseguem controlar uma cadeira de rodas com ondas cerebrais.
São soluções que estavam sendo testadas para auxiliar o cientista Stephen Hawking a se comunicar, transformando ondas cerebrais em palavras. Assim como a solução do Neurolink, de Elon Musk, que promete conectar o cérebro ao computador.
Aqui no Brasil temos a FIAP, Faculdade de Informática e Administração Paulista, que possui uma solução que demonstra o quanto a pessoa está se concentrando, indicado para avaliar o progresso do tratamento de crianças com transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A solução permite identificar o nível de concentração da pessoa, ou seja, quanto mais concentrada a pessoa estiver mais lâmpadas estarão acesas. Possibilitando aferir se o paciente está conseguindo evoluir na habilidade concentração. E o que antes era intuitivo passa ser tangível.
Outro projeto incrível que temos aqui no Brasil é do cientista Miguel Nicolelis, que obtém comandos cerebrais com toucas de eletrodos e transmite para um exoesqueleto que é utilizado por uma pessoa com paralisia, acionando o exoesqueleto pelo cérebro, dispensando os meios naturais de conexão, medula espinhal e nervos. E o projeto consegue devolver a mobilidade para pessoas com lesão na medula espinal.
O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, apresenta seu exoesqueleto robótico.
Até hoje, nós humanos, utilizamos a escrita, a fala, os gestos e o toque para nos comunicarmos, formas que podem ser substituídas por uma transmissão mais eficiente e direta no futuro. Sendo possível estabelecer uma conexão direta com o cérebro, que é o membro de origem, pois, todo processamento tem origem no cérebro.
Hoje as informações são processadas no cérebro que delega para outro órgão sua transmissão para o mundo. A intenção é eliminar o órgão intermediário e realizar a comunicação diretamente por meio de ondas cerebrais.
Outras aplicações e soluções estão sendo estudadas e desenvolvidas para curar danos causados na medula óssea. E possibilitará que os comandos cerebrais se comuniquem diretamente com exoesqueletos, dispensando a medula espinhal e os nervos como condutores dos comandos cerebrais.
Como total e qualquer evolução positiva que ocorreu na história da humanidade, essa também pode ser utilizada com intenções negativas por pessoal mal-intencionadas, desde da extração de biossinais sem a devida permissão do usuário até o hackeamento e o controle de pessoas e animais.
Fica claro a importância de uma ampla discussão sobre o assunto, como as pesquisas estão em andamento no mundo todo e sem qualquer regulamentação, será mais preocupante ainda se começarmos a dar atenção somente quando coisas ruins começarem a acontecer.
Vale ressaltar que as primeiras inciativas de Brain Computer Interface modernas apontam para pesquisas realizadas na década de 1970, na Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Porém, outros dizem que BCI já estava presente na descoberta da electroencefalografia, em 1924, pelo psiquiatra e neurologista alemão Hans Berger, que foi o primeiro a conseguir detectar a atividade elétrica no cérebro humano e, assim, chegar ao primeiro eletroencefalograma, que na época utilizou fios de prata por debaixo do escalpo de seus pacientes.
Assista a apresentação do Professor, PhD, Wagner Sanchez falando sobre Biohaking e Inteligência Artificial:
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