T, B, X, Y e Z UMA SALADA GERACIONAL: Como isso impacta no trabalho?

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UMA SALADA GERACIONAL: Como isso impacta no trabalho?

Antigamente uma geração era definida a cada 25 anos. Hoje, já não se espera mais um quarto de século para que um novo comportamento se instaure. Em um espaço de 10 anos temos uma nova geração influenciando novos hábitos. Nas empresas, por exemplo, isso implica em pessoas de diferentes idades, atitudes, ações e pensamentos vivendo em um mesmo ambiente de trabalho, trocando experiências e gerenciando conflitos em períodos cada vez menores.

Pela primeira vez, 5 gerações estão convivendo em um mesmo espaço-tempo, neste artigo iremos tratar das 4 mais recentes.

A geração Z (de 1998 a 2009) estreando em breve no mercado de trabalho, a geração Y (1980–1997) experimentando diferentes cargos, frustrações e dores do crescimento da carreira profissional, a geração X (1965–1979) em níveis gerenciais e cargos de liderança,  já com experiência profissional e os Baby Boomers (1946–1964) se encaminhando para a aposentadoria. E com toda essa complexidade, como lidar com pessoas de diferentes idades, com visões tão distintas da realidade? Como lidar com a velocidade da mudança quando a mentalidade das pessoas não muda no mesmo ritmo?

UMA SALADA GERACIONAL: Mas o que é uma geração?

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Primeiramente gostaria de esclarecer sobre o conceito de geração. Por geração entendemos: um conjunto de pessoas, influenciadas pelo mesmo contexto histórico, que receberam, em sua maioria, estímulos sociais e culturais de um período no tempo comum entre elas. Dito isso, fica claro que, dada a velocidade de mudança do mundo, as gerações não conseguem mudar no compasso da modernidade 4.0. Flexibilidade e adaptabilidade tem sido palavras de ordem para sustentar tamanha exponencialidade de transformações. Para se ter uma ideia, o advento do telefone, levou 50 anos para conquistar 50 milhões de usuários, a televisão levou 22 anos, os computadores 14 anos, a internet 7 anos, o facebook apenas 3 anos e o fenômeno Pokémon um recorde de 15 dias. Tal fato pode ser atribuído a uma série de mudanças comportamentais e tecnológicas. Se experimentássemos perguntar a um baby boomer se caçar monstrinhos virtuais no meio da rua lhe interessaria, provavelmente a resposta seria: não. No caso positivo, talvez para tentar se aproximar de um suposto (a) neto (a).

E se fizéssemos essa mesma pergunta para uma criança? Ela certamente teria mil explicações de como seria divertido percorrer a cidade atrás dos tais bichinhos através da plataforma que mistura realidade virtual e localização via GPS.

Agora vamos levar esse exemplo como metáfora dos comportamentos para o ambiente de trabalho. Para manter as gerações empenhadas e produtivas, retendo talentos, se faz necessário compreender o que motiva cada uma delas e assim tirar proveito do que cada uma tem de melhor. Certo? Afinal nem todos querem caçar Pokémons. Parece fácil mas no mundo real, a tarefa é complexa.

UMA SALADA GERACIONAL: Geração Z? (1998-2009)

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Vamos agora para o outro extremo: a geração Z. Para imaginar o significado de trabalho para essa geração, daremos um passo atrás para contextualizar o cenário em que foram inseridos desde seu nascimento. Conhecidos como “nativos digitais”, a geração Z nasceu na Web, no mundo de compartilhamento de arquivos, dos smartphones, dos tablets, das redes sociais. Por conta da tecnologia, as fronteiras do mundo ficaram borradas, portanto, a globalização não foi um valor conquistado a duras penas. Apenas com esses dados, imaginemos por um minuto esse ser no ambiente de trabalho. Sua interação social é filtrada por telas portanto as habilidades sócio-emocionais não são seu forte. Uma vez que o mundo está conectado, porque trabalhar fisicamente em uma empresa? Facebook é coisa do passado para eles. Youtube e Snapchat são os meios de comunicação mais acessados. Trabalhar só por dinheiro ou estabilidade? Nem pensar. O trabalho precisa ter significado. E de preferência, um significado que extrapole o individual e que faça algum bem para o planeta ou para a humanidade. E se na sua empresa a diversidade e a inclusão for um discurso vazio, provavelmente eles não estarão na lista de candidatos para uma vaga. Autenticidade e transparência são fundamentais assim como igualdade já que eles adoram quebrar estereótipos e definições de gênero, idade ou classe É o que chamamos de identidade fluida.

UMA SALADA GERACIONAL: Millennials ou Geração Y (1980–1997)

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A geração mais próxima desses seres pragmáticos, que valorizam as selfies reais, é a chamada geração Millenial ou Y. Ansiosos, hiper conectados, são eles que impulsionaram a reflexão do tal do propósito para o trabalho. Para eles trabalhar sem significado causa angustia e frustração. Segundo o resultado da pesquisa Millennial Survey, da consultoria Deloitte, que ouviu mais de 7.700 pessoas em 29 países, viver com propósito é uma das grandes marcas desta geração. De acordo com o levantamento, nada menos do que 66% pensam em deixar suas organizações atuais até 2020. Os Millenials, como são chamados, querem flexibilidade no ambiente profissional, valorizam empresas que criam impactos positivos para a sociedade. Outro ponto importante é que a vida profissional se harmonize mais com seus interesses pessoais.

Leia também o artigo: Lista de um Millennial #22: Pra quem quer entender gerações.

UMA SALADA GERACIONAL: Geração X (1965–1979)

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Para aumentar a complexidade, falemos da Geração X. Geração que me interessa por um motivo em especial: sou da Geração X, nascida em 73. Viemos após uma geração pós-guerra. Literalmente tivemos que lidar com o mundo real, cheio de problemas e passar por cima deles como se quase não existissem. Vi a passagem de um mundo analógico para um mundo digital, vi o computador pessoal, a internet e o e-mail, os smartphones surgindo. Sou da época do primeiro celular tijolão.

Trabalhei muito. Trabalhar para mim era sinônimo de sucesso, de ganhar bem. Minha geração inventou o termo workaholic. Triste!!

Aprendi que se trabalhasse em uma multinacional ou escolhesse uma carreira “tradicional” me daria bem. Como sempre experimentei uma certa dose de autenticidade e intuição, cedo comecei a trabalhar como empreendedora. Mas não pense o leitor que fui um ser compreendido em meu “tempo”. Ainda não existia a palavra empreendedorismo. Naquela época, eu era apenas uma profissional autônoma. Mas, diferente de minha trajetória livre e criativa, vi meus colegas lutando para encaixar-se. E agora lutando para reinventar-se em um mundo em transformação. Muitos de nós vimos que os sonhos não passariam de sonhos. Estamos lidamos com nossos filhos crescendo em um mundo diferente e complexo. Somos a geração “recheio do sanduíche”, quase como aquele filho do meio que não tem as regalias de ter nascido primeiro e nem a leveza de ter nascido por último.

Baby Boomer

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Para um baby boomer, por exemplo, a estabilidade na carreira, o emprego fixo, a meritocracia e a linearidade são a forma como a vida lhes foi apresentada. Escolher uma profissão era para o resto da vida, assim como o casamento e a vida em família. Hierarquia, honra e disciplina eram conceitos colocados em prática.

Salada Geracional: O que significa na prática.

Agora que o leitor tem uma ideia da salada geracional, pensemos nas possíveis mudanças no trabalho: sair do escritório quando as tarefas do dia estão concluídas apesar de o chefe ainda lá estar, fazer uma grande parte do trabalho em home-office, exigir feedbacks imediatos ao invés de esperar pela avaliação no final do ano, exigir que as empresas trabalhem com ética e transparência, exigir diversidade no ambiente de trabalho, buscar empresas com menos burocracia e mais acesso, mudança radical dos departamentos de RH que terão que olhar para a saúde e o bem-estar de seus colaboradores, exigir que as empresas se conectem com causas e questões sociais e humanitárias, buscar empresas com posturas mais horizontais entre os colaboradores e líderes, conectividade, inovação sempre. A lista das mudanças é interminável.

O abismo geracional é gigante. A oportunidade de aprendermos uns com os outros é enorme. Temos pela primeira vez a chance de mudarmos e sermos mudados. Os mais velhos podem assumir a postura de líderes educadores, ajudando os mais jovens na busca e na escolha dos caminhos, dando a oportunidade para que errem e aprendam com os erros. Os mais novos, podem ensinar que a expressão da verdade individual é caminho sem volta. Ensinar que as diferenças são menos importantes que as causas, que a autenticidade, a diversidade e a consciência coletiva é necessária.

Viva as diferenças dessa grande e deliciosa salada geracional!

Fonte.

 

 

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