Futuro da moda
A moda é conhecida pela importância de se antecipar e de se adaptar ao mundo em sua volta. Em Setembro de 2019, uma mulher se destacou diante do público ao usar uma máscara no desfile da Marine Serre em Paris
Dando um salto para março deste ano no desfile da mesma estilista, já se via na passarela criações onde a máscara já era um acessório de destaque:
Estratégias Cruciais
Antes da epidemia surgir, o cenário de 2020 já se mostrava desafiador. No video gráfico abaixo (em inglês) feito pela empresa de consultoria Mckinsey destaca 10 temas que serão cruciais para a sobrevivência da indústria da moda:
Economia Global: 1- Economia em alerta, 2- Mercados além da China;
Consumidor Shift: 3- Próxima Geração e Mídias Sociais, 4- Conveniência e Aproximação, 5- Sustentabilidade é Prioridade;
Sistema da Indústria da Moda: 6- Revolução dos Materiais, 7- Cultura Inclusiva, 8- Novos Competidores, 9- Novas Convenções de Distribuição,
Para o luxo, uma aceleração do inevitável
Segundo o relatório “The State of Fashion 2020 Coronavirus Update” da Mckinsey, algumas empresas vão fechar o capital para gerenciar a situação sem a pressão do mercado, como pode ser o caso da gigante da cadeia de suprimentos Li & Fung. Ao mesmo tempo é sinalizado oportunidades para grupos estratégicos como LVMH e Kering, que terá capital para fazer novas aquisições de alvos que podem ser mais acessíveis uma vez quando tudo isso acabar.
Empresas independentes, incluindo Moncler e Prada, que já foram sujeitos de rumores de aquisição, agora podem ser mais receptivos a tais aberturas. O mesmo vale para casas como Salvatore Ferragamo, Brunello Cucinelli e até Ralph Lauren, enquanto as empresas de médio porte com receitas anuais na faixa de USD$ 100 a USD$ 500 milhões – vai lutar para competir contra o grupos, que controlam tudo, desde o abastecimento, cadeia até o varejo imobiliário. Na era pós-pandemia, a consolidação de o mercado de luxo só vai se intensificar.
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Futuro da moda e a inovação de materiais:
Uma nova onda de inovação está alimentando uma mudança radical na moda. Tecnologia vestível, dados, automação e materiais desenvolvidos em laboratório terão um grande impacto no que as pessoas usarão no futuro. Desde o nascimento da costura e da tecelagem, a tecnologia sempre levou à evolução da moda. A Revolução Industrial mecanizou a produção permitindo a produção em massa.
Nos anos 60, materiais sintéticos como o poliéster decolaram, criando novas possibilidades para a moda. Agora, a convergência de novas tecnologias está abrindo possibilidades antes inimagináveis. A autodidata da moda, Dra. Amanda Parkes, está na vanguarda da mais recente reinvenção da indústria. Ela lidera a inovação na FT labs, uma empresa de capital de risco que investe principalmente em startups de tecnologia de moda disruptiva.
Entre essas startups está a corrida para encontrar a próxima geração de materiais renováveis que podem ser cultivados em um laboratório. A seda tradicional é produzida a partir de larvas de insetos que formam os casulos, mais comumente bichos-da-seda. Mas, em vez de confiar nesses fios de insetos, está criando seda em tubos de ensaio. Os materiais bio fabricados eliminam a necessidade de animais e insetos e são uma maneira mais sustentável e eficiente de produzir matérias-primas.
Outras empresas estão criando alternativas de couro. Em vez de usar animais, os cientistas estão criando materiais bio fabricados a partir de folhas de abacaxi e até de cogumelos. A convergência de moda e tecnologia também oferece oportunidades para transformar não apenas roupas, mas também as pessoas que as usam. A Myant é uma empresa pioneira na criação de roupas que podem monitorar todos os seus movimentos. Os chamados tecidos inteligentes estão sendo apontados como a próxima fronteira da tecnologia wearable. Os fios são combinados com sensores eletrônicos para que os dados essenciais possam ser capturados do corpo humano.
Para criar roupas que possam monitorar a saúde e o preparo físico do usuário, a Myant reuniu equipes de pessoas que tradicionalmente não trabalham sob o mesmo teto. Os tecidos inteligentes podem mudar radicalmente o relacionamento dos consumidores com as roupas que usam, mas à medida que a tecnologia aumenta o ritmo das mudanças, como a indústria pode acompanhar o que os consumidores realmente querem?
Francesca Muston é a chefe de varejo da WGSN, a principal agência de previsão de moda do mundo. A equipe aqui usa dados grandes para analisar tendências políticas, sociais e ambientais, a fim de prever os novos visuais quentes de amanhã. A tecnologia está impulsionando uma explosão na escolha do consumidor, bem como a desconcertante variedade de design e criação de roupas. Para se manter, a indústria também está se voltando para a tecnologia. As tecnologias de aprendizado de máquina agora são fundamentais para a previsão de moda, identificando rapidamente padrões entre o crescente volume de dados. Da biotecnologia às mudanças demográficas, prever tendências não é mais uma arte, está se tornando uma ciência.
A reinvenção da moda
Segundo Jean Cherles de Castelbajac da Benetton, a chave para a reinvenção da moda é a valorização da aproximação e da autenticidade, sendo esse o momento ideal para dar um fim à sua arrogância.
Castelbajac acrescenta: por anos estamos falando de distopia, essa ideia que o amanhã é pior que hoje. Talvez eu seja uma cria da “era da utopia”, uma época em que o homem estava indo para a Lua maravilhando as pessoas e por isso acredito que quando tudo isso passar, surgirá uma nova renascença. Devemos tornar a moda mágica novamente. O caminho para mim é simples: Estamos em tempos do nosso renascimento, da reinvenção de nós mesmo, do repensar da nossas existências, privilegiando a esperança, o amor e os valores eternos, valores como criatividade e criação.
Fontes: The Economist, McKensey, France 24
Depois da Chuva vem o arco-íris:
